O frio está retornando à nossa região, com aquelas mudanças bruscas que todo gaúcho conhece bem, em um dia está fazendo 30graus e no outro 10graus. Assim como a temperatura oscila repentinamente, o humor de Otávio parece acompanhar esta instabilidade. A chegada do frio o irrita, ele quer permanecer sem camisa e sem meias até o limite que seu corpo aguenta. É um tira e põe de roupas que quase me enlouquece.
Em casa, principalmente nos finais de semana, suas lamúrias se arrastam e atormentam nossa audição. E da mesma forma que iniciam, se vão, sem ao menos entendermos o porquê.
Acho que pais de autistas precisam e merecem momentos de meditação e relaxamento, pois este constante estado de alerta e exigência contínua de esforço mental e físico, desestabiliza o organismo. E, se a moda é ser estressado, somos o maior exemplo do que é ser fashion, porém, desejamos loucamente estar demodê.
Por várias vezes me vejo tão acelerada, que minha cabeça dói e fico mais desastrada e irritadiça do que o normal. As horas voam quando o Otávio está em atendimentos e meu tempo parece escorrer pelos dedos. Desta forma, o desejo de introduzir a massoterapia na minha agenda nunca consegue se concretizar.
Mas, dentro de meu carro, vendo a chuva lá fora, penso: E as mães que dependem de ônibus para levar e buscar seus filhos? Assim como o tempo para elas nunca está a favor, o quanto é pesaroso aguentar o atraso do coletivo com a impaciência de um autista. E se após uma longa espera no frio, seu filho não conseguir controlar o esfíncter e urinar na roupa? Se o ônibus estiver lotado e seu filho além de molhado, tiver um ataque de fúria pela aglomeração e barulho? Meu Deus! As políticas públicas deveriam contemplar, além do atendimento aos autistas, o atendimento à família: suporte psicológico, espaços de convivência e terapias corporais, como: yoga, pilates, alongamento. Parece bobagem? Pode até ser utópico para nossa realidade brasileira, mas é algo que traria inúmeros benefícios no ambiente familiar.
Já me deparei com várias mães, com seus rostos cansados e desiludidos. E, se falamos tanto em estimulação para crianças, por que não pensar que nós, adultos, também precisamos deste estímulo para seguir em frente. Necessitamos lembrar que antes de sermos mães, somos mulheres e temos que nos sentir amadas, valorizadas e confiantes. Confiantes em nosso empenho diário e em um futuro melhor. Se não for o futuro que sonhamos quando concebemos nossos filhos, que seja um futuro mais promissor que a angústia e a ansiedade de um presente conturbado.
Suplicamos por um tempo só nosso, com risadas, aconchego e afagos: uma pitada de felicidade. Um raio de sol no meio do mau tempo.
Silvia Sperling.
Silvia, quando morava em Sampa e pegava o ônibus que passa na AACD, via aquelas mães com crianças tão grandes e pesadas ao colo, com crianças mais irritadiças que o normal chorando e as pessoas ainda acham ruim, sentem-se incomodadas. Hoje, como mãe de criança autista dou graças pelos pequenos confortos tão necessários. Quanto a nos cuidar, deveria ser a nossa prioridade! Precisamos estar bem. A meditação e o Yoga são para mim um bálsamo e massagem deveria vir no pacote de benefícios básicos. Difícil é conciliar o tempo, mas com um pouco de organização...Yes, we can! Namastê.
ResponderExcluirOi Silvia, adorei seu blog.
ResponderExcluirNós mães especiais temos q fazer o Brasil conhecer o autismo...
Use tbm o FACEBOOK
Amigas,obrigada pelas contribuições. Sejam sempre bem-vindas.Bjo, Silvia.
ResponderExcluiroi silvia!
ResponderExcluirme chamo jaqueline tenho 24 anos, sou mãe de um casal, sendo o menino Carlos Eduardo 4 anos autista, e realmente e muito dificil, moro na zona sul gostaria de saber onde encontro equoterapia e se vc tem algumas sugestoes de atendimento...
adoro o blog.
Oi Jaqueline,
ResponderExcluirNa zona sul há equoterapia na hípica, é bastante cara, mas o atendimento é muito bom. Deve haver outros locais, mas eu desconheço. Na Aparício Borges, em frente a Brigada Militar, também tem um centro de equoterapia. Lá também é bom, apesar de mais simples, e é mais barato.
O atendimento que eu gosto é da Clínica IDEA, onde o Otávio está 3 vezes por semana. Lá o método é o Teachh. Fica próximo ao Iguatemi , longe para você. Tem outro local com o mesmo método, próximo ao Barra Shopping. Não recordo o nome, mas procura no google pela Viviane De León, que acharás o local. Bjo, Silvia.
Blog fantástico! beijinhos
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