No final de 2014 meu filho perdeu sua escola e eu perdi minhas palavras. Lhe retiraram o espaço onde
cresceu e no qual conquistou o respeito e carinho dos
colegas.
Otávio, com suas grandes dificuldades de aprendizagem e enorme afetividade, foi convidado a desligar - se da instituição de ensino privado, seu porto seguro durante 7anos. O revoltante é que a expulsão não foi por algum comportamento impeditivo de convívio social , mas pelo fato de eu expor o baixo
comprometimento docente.
Sempre fizemos o que estava ao nosso alcance.
Contratamos uma pedagoga para acompanhá - lo ,
reduzimos sua carga horária diária para 2 horas mantendo o mesmo custo mensal e, disponibilizamos equipe especializada para dar suporte.
Frente à esta rasteira fui em busca de uma
instituição para crianças com necessidades especiais .
Lá fui alertada sobre as potencialidades de meu garoto e estimulada a mantê-lo no ensino regular. Ouvi sucessivas negativas na rede privada e já desiludida com a farsa intitulada de escola inclusiva, me despi de preconceitos e fui conhecer a realidade de uma escola pública municipal.
Há muito tempo não éramos tão bem recebidos! A vaga era real e o trâmite para sua transferência foi ágil. As pessoas foram calorosas, empáticas e os colegas receberam meu filho sem julgamentos ou temores, somente com muito afeto e desejo de ajudar. A equipe é
envolvida no tão sonhado trabalho de inclusão e está
aberta à participação de especialistas na construção da
abordagem pedagógica. A estrutura e os recursos estão distantes do que temos na rede privada, mas do que
adianta termos acesso à ferramentas se não temos a
vontade de construir algo diferente e desafiador?
Pois sigam com a falácia da inclusão escolar,
extorquindo famílias dispostas à tudo para garantir uma oportunidade de desenvolvimento para seus filhos
atípicos.
Eu sigo um novo trajeto rumo à esta luz de esperança,
atrás de uma velha porta e de muros desgastados, que
abrigam corações gigantes e braços que confortam.
Silvia Sperling Canabarro
Olá Silvia
ResponderExcluirprovei deste mesmo sentimento alguns anos atras. Meu filho, hoje com 10 anos estudava numa escola particular como seus irmãos. Mas tive que procurar também uma instituição pública pelos mesmos motivos seus. Apesar da carência física (espaço) e falta de recursos ele foi acolhido como nenhuma outra escola particular faz. Resultado: os irmãos foram para uma escola e Francesco para outra.
Beijos
Mônica Bitti
Oi Mônica,
ResponderExcluirIncrivelmente estou descobrindo outras histórias como a nossa. Infelizmente o caminho das famílias que possuem um filho autista invariavelmente passam pelas mesmas mazelas, e com sorte temos desfechos felizes.
Um forte abraço.